“Bombas me levaram a Cristo”, diz vietnamita conhecida por foto histórica

Agora com 55 anos, Kim Phuc agradece por todo o sofrimento
Mais de 40 anos após ser fotografada pelas lentes de Nick Ut, a vietnamita Kim Phúc diz que as bombas de Napalm a levaram a Cristo. A foto icônica percorreu o mundo e ilustrou incontáveis livros de história que relatavam a Guerra do Vietnã.

Na época Kim tinha apenas nove anos de idade. A imagem, que fez o mundo engasgar, retratava a criança nua, aos gritos fugindo do bombardeio no Vietnã em uma estrada cinzenta, diante de soldados sem expressão. Ao longe, a nuvem de fumaça, resultado dos bombardeios nas rotas comerciais usadas pelos rebeldes vietcongues.

“Essas bombas me trouxeram uma dor incomensurável. E ainda assim, olhando para as últimas cinco décadas, percebo que aquelas mesmas bombas que trouxeram tanto sofrimento também trouxeram uma grande cura. Essas bombas me levaram a Cristo”, conta Kim.

Quando Criança, Kim foi criada na religião Caodaísta (ou Morada Alta). Ela conta que buscava ajuda no Cao Dai, mas cada dia que passava a frustração era maior.

“Continuei a suportar o peso incapacitante de raiva, amargura e ressentimento em relação aqueles que causaram meu sofrimento – o fogo ardente que penetrou em meu corpo, os banhos de queimadura que se seguiram, a pele seca e com coceira e a incapacidade de suar, que transformaram minha carne em um forno no calor sufocante do Vietnã. Eu ansiava por alívio que nunca viria. E, no entanto, apesar de todas as últimas circunstâncias externas, a dor mais angustiante que sofri durante aquela temporada de vida residia em meu coração”, contou.

A conversão de Kim aconteceu após uma busca intensa por respostas. Em 1982 a jovem estava na Biblioteca Central de Saigon, procurando por livros religiosos. Entre os muitos, escolheu folhear o Novo Testamento e ali, após algumas horas, entendeu qual seria a decisão que deveria tomar.

“Eu nunca tinha sido exposta a este lado de Jesus – o ferido, aquele que tinha cicatrizes. Revirei essa nova informação em minha mente, saboreando a luz que foi lançada de todos os lados. Quanto mais eu lia, mais eu passava a acreditar que ele realmente era quem ele dizia ser, que ele realmente havia feito o que ele disse que tinha feito, e que – o mais importante para mim – ele realmente faria tudo o que prometera em sua palavra”, contou.

Pouco tempo depois, na véspera de Natal, Kim estava participando de um culto especial em uma pequena igreja em Saigon, há poucos quilômetros da estrada onde toda a dor tinha começado.

“Enquanto eu ouvia esta mensagem, sabia que algo estava mudando dentro de mim. Quão desesperadamente eu precisava de paz. Quão pronta eu estava para amor e alegria. Eu tinha tanto ódio em meu coração – tanta amargura. Eu queria deixar toda minha dor. Eu queria perseguir a vida em vez de me apegar às fantasias da morte. Eu queria esse Jesus”, disse.

Agora com 55 anos, Kim agradece a Deus por todo o sofrimento e entende que a guerra e as lágrimas a levaram a Cristo e lhe deram um presente muito valioso: a salvação.

“Quase meio século se passou desde que me vi correndo – assustada, nua e com dor. Jamais esquecerei os horrores daquele dia – as bombas, o fogo, os gritos, o medo. Nem vou esquecer os anos de provação e tormento que se seguiram. Mas quando penso em quão longe cheguei, percebo que não há nada maior ou mais poderoso do que o amor de nosso abençoado Salvador. Hoje agradeço a Deus por essa foto e por tudo que vivi. Agradeço especialmente por essa estrada”, finalizou. 

Com informações de Christianity Today

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