Aluna é suspensa após criticar escola que proibiu discutir sexo, gênero e religião em sala


Mãe e filha criticam panfleto da escola e termo de suspensão - Acervo pessoal


Estudante teve matrícula vetada para 2018; mãe e filha não reconhecem punição
RIO — Uma aluna da escola Univest de Lages, em Santa Catarina, foi suspensa por dois dias e teve a matrícula vetada para o próximo ano depois de divulgar e criticar um panfleto da instituição. O ofício anunciava a proibição de ensino de sexo, ideologia de gênero, ativismo LGBT, comunismo, esquerdismo e religião em sala de aula. "2017, a nova idade média. (Pasmem, isso é real)", escreveu a adolescente de 17 anos nas redes sociais.

No dia seguinte à publicação, que recebeu mais de 523 compartilhamentos até a tarde desta quinta-feira, a jovem foi chamada à coordenação da escola e avisada de que seria sancionada por "denegrir a imagem do colégio nas redes sociais". Uma amiga também sofreu penalidades e teve a bolsa de estudos cortada.

— Os alunos estavam comentando e compartilhando. Na quarta-feira de manhã, eu e mais uma aluna (que comentou na postagem) recebemos suspensões por denegrir a imagem do colégio. Eles falaram que era errado a gente expor o colégio. Eu não reconheço essa suspensão, porque ela é sem sentido. Minha mãe também não. Ela ficou indignada. Isso desencoraja os alunos a exporem sua opinião. Um ato de retrocesso — destacou a estudante.

FAMÍLIA COGITA ACIONAR JUSTIÇA
A jovem explicou que o ofício foi entregue em sala durante uma aula como um "recado a alunos e pais" e considerou uma surpresa ver a instituição proibir os temas. No bimestre passado, a classe aprendeu sobre as diversas religiões, por exemplo, segundo ela. Proibida de renovar a matrícula em 2018, a adolescente pensa em trocar de escola.

Mãe da estudante, a fisioterapeuta Fabiana Cruz relatou a surpresa em ler o recado, enviado pela filha por mensagem. As duas discordavam do conteúdo por considerar que são temas atuais e que os alunos precisam desenvolver senso crítico. A adolescente revelou à mãe o desejo de rebater o ofício nas redes sociais. Fabiana alertou que haveria uma consequência. Ainda assim, ela conta que não imaginou a proporção das penalidades impostas à estudante.

— Quando ela me passou a foto do panfleto, não acreditei que era da escola. Falei que era incabível para a época de hoje, são temas que estão aí. Não iremos matriculá-la (no próximo ano) porque é inadmissível. É para podar todo mundo. Somos totalmente contra, estamos pensando em entrar com uma ação. Ela está perdendo aula. Amanhã vou fazê-la ir à escola, vou entrar com ela na sala de aula — frisou Fabiana.

Procurado, Giovani Broering, o reitor do Centro Universitário Facvest — ao qual a Univest fica submetida — ficou de retornar aos contatos da reportagem, mas ainda não o fez. Ao Diário Catariense, ele argumentou que "toda ação tem uma consequência".

Com informações oglobo

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