'Não sou eu. É Deus que opera através de mim', diz menina chamada de milagreira em São Gonçalo

Toda segunda-feira, Alani dos Santos, de 10 anos, deixa as brincadeiras com os amigos de lado e chega à igreja evangélica Missão Internacional de Milagres, em São Gonçalo, com uma responsabilidade que muito adulto não aguentaria. Ela ora, se junta aos colegas. E assim que sobe ao palco, a menina conhecida por fazer milagres se dirige a uma multidão devota, que vê nela sua chance de salvação.

Depois que Alani canta e prega como se fosse gente grande, os fiéis se aproximam com os seus problemas. Passaram por ali pessoas com HIV, hérnia, câncer, dores de cabeça, na coluna. E muitos deles se dizem curados.

Rosenilda Maria Klem, de 46 anos, hoje obreira da igreja, foi no culto da menina pela primeira vez há cinco anos após ouvir falar que ela fazia milagres. Moradora do bairro de Santa Isabel, em São Gonçalo, contou que a filha sofria de alergia e não conseguia dormir:

— Um dia ela (a filha) foi à igreja e, de repente, percebemos que melhorou. Não reclamava mais. Nunca tinha visto isso, mas agora pra mim se tornou normal.

O pai de Alani e pastor da igreja onde a menina ficou famosa por realizar curas, Adauto, de 47 anos, conta que o primeiro ‘milagre’ aconteceu quando ela tinha 51 dias de vida. Uma senhora que sofria com um mioma há 9 anos tocou as mãos do bebê e foi jogada para trás. “Assim que se levantou, sua barriga começou a desinchar”, descreveu.

— Até então nunca tinha ouvido falar que uma criança da idade dela tinha feito isso. Fiquei espantado. Minha filha é usada por Deus para curar as pessoas — define Adauto.

A notícia da menina “milagreira” rapidamente se espalhou. A igreja hoje recebe fiéis de todo mundo em busca da missionarinha, como Alani é chamada. No último culto, foram evangélicos de vários bairros do Rio de Janeiro, de São Paulo e até dos Estados Unidos.

— Sempre falo para procurar um médico. Não tenho nada contra a medicina. Pelo contrário. Minha filha será médica — defendeu o pai, que jura que nunca foi chamado de mentiroso, mesmo quando alguém deixou a igreja sem estar curado.

Com boas notas na escola (a mais baixa do último bimestre foi 9.1) e cursando o 5º ano, Alani confirma que quer estudar medicina para curar também aqueles que não acreditam no poder de Deus. Além de estudar, a menina adora dançar, cantar hip hop e comandar sua rádio on line Pérola kids, que traz temas evangélicos.

— Eu fico triste quando alguém não é curado, mas acredito que atingirá a graça um dia.

Desde o momento que Sandra, de 36, ficou grávida, acreditou que Alani seria um milagre. Isso porque ela teria sido avisada por médicos que seria muito difícil ter filhos.

— Passei a orar e pedir. Pouco tempo depois, pastores começaram a falar que eu ia ter uma pérola e fiquei sabendo que estava grávida. Sempre quis que essa criança fosse usada pelas mãos de Deus, mas pensei em uma pregadora, cantora... Não que ela teria esse dom. Sou abençoada por ter uma filha assim — elogiou a mãe de Alani.

Ela explica que mesmo sendo tão nova, a menina sabe que não é ela que cura as pessoas, e sim “que é instrumento de Deus”.

Apesar de a “milagreira” ter sido criada no meio evangélico, seus pais nem sempre foram da religião. Sandra passou a frequentar a igreja quando conheceu seu marido, aos 17 anos. Já Adauto começou a ir aos cultos aos 27 anos, quando estava preso no Carandiru, em São Paulo, condenado por roubo, por influência do seu irmão, o Pastor Adão. 

Há 10 anos o casal saiu de lá e foi para Maricá. A igreja em São Gonçalo foi montada há um ano e meio. Toda segunda-feira, Alani dos Santos, de 10 anos, deixa as brincadeiras com os amigos de lado e chega à igreja evangélica Missão Internacional de Milagres, em São Gonçalo, com uma responsabilidade que muito adulto não aguentaria. Ela ora, se junta aos colegas. E assim que sobe ao palco, a menina conhecida por fazer milagres se dirige a uma multidão devota, que vê nela sua chance de salvação.

Depois que Alani canta e prega como se fosse gente grande, os fiéis se aproximam com os seus problemas. Passaram por ali pessoas com HIV, hérnia, câncer, dores de cabeça, na coluna. E muitos deles se dizem curados.

JornalExtra.com

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