Justiça da Malásia proíbe palavra “Alá” para não-muçulmanos

A decisão pode ser contestada pelo jornal católico The Herald que travou uma briga judicial com o governo local

Não-muçulmanos não poderão mais falar de Alá na Malásia. Essa foi a decisão tomada nesta segunda-feira (14) pelo tribunal superior do país.

O processo julgado foi movido em 2009 quando o jornal católico “The Herald” usou o nome de “Alá” para se referir ao Deus cristão. O governo resolveu proibir o jornal de falar o nome do Deus dos muçulmanos, mas a justiça – em primeira instância- não aceitou a decisão do governo.

Ao chegar na instância superior, o juiz Mohamed Apandi Ali entendeu que “o uso da palavra Alá não é parte integral da fé no cristianismo” e que por este motivo usar essa palavra significa provocar uma confusão na comunidade.

Agora o nome de Alá não poderá ser usado por nenhuma outra religião que não seja o islamismo, o que para o editor do The Herald, Lawrence Andrew, é um erro. Andrew disse que ficou “decepcionado e surpreso” com a decisão e que vai recorrer.

Muitos grupos estão apoiando o jornal dizendo que há traduções da Bíblia em malaia, língua oficial do país, que o Deus cristão é chamado de Alá. Porém alguns muçulmanos acreditam que o uso da palavra é apenas para aproximar os fiéis do Islã e assim convertê-los.

“‘Alá’ não é uma palavra malaia. Se eles, os não-muçulmanos, querem usar uma palavra malaia [para se referir a Deus], eles deveriam usar ‘Tuhan’ em vez de ‘Alá’”, disse à BBC o advogado que representa o governo no caso. 

Com informações BBC

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