A Teologia Do Perdão

“Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim, dos teus pecados não me lembro mais”.
(Is. 43: 25).
Dentro do campo teológico existe uma doutrina demoninada de “Doutrina de Deus”. Essa doutrina ela procura apresentar o que se entende a respeito do ser de Deus. A doutrina de Deus tem um tópico chamado “Os atributos de Deus”. Os três principais atributos de Deus são: 1. Onipotência. 2. Onisciência. 3. Onipresença. A fusão deste três atributos lança as bases para a grande doutrina demoninada de “Soberania de Deus”. O termo onisciência vem do latim “ominis- scire” significa todo o saber, isto é, a onisciência é a qualidade da natureza divina que garante que Deus ele sabe de todas as coisas. Definição teológica de oniciência: “[...] a mente divina é o depósito de todo o conhecimento - e no conhecimento e na mente de Deus não há falhas, nem fraquezas e nem limitações.
O texto de (Is. 43:25) enfatiza que Deus ao perdoar os pecados Ele não se lembra mais dos seus pecados”. Aqui existe um ponto de interpretação crucial. Porque crucial? Por que “a mente divina é o depósito de todo o conhecimento, e no conhecimento e na mente de Deus não há falhas, nem fraquezas e nem limitações como já citado. O conceito esquecimento está ligado a termos negativos: como limitação, incapacidade e impotência. Aquele que esquece é limitado, aquele que esquece é incapaz, aquele que esquece é impotente.
Por isso, ao falar que Deus Ele se esquece de algo, seja pecado ou qualquer outra coisa, está comprometendo a onisciência de Deus, porque na mente de Deus não há falhas, nem fraquezas e mem limitação. Por que; se Deus esquece-se de algo, logo o conhecimento de Deus seria falho e limitado, pois o conceito “Esquecimento” tem implicação de limitação. E isso não pode acontecer, porque não se pode falar de limitação ao um Deus que é soberano. E se a onisciência de Deus é comprometida pelo esquecimento logo então compromete a soberania de Deus. Pois, Deus só é soberano porque ele é Onipotente, Onipresente e Onisciente. O ato de esquecer implicará na onisciência de Deus, que por sua vez implicará em sua soberania.
Deus não pode e esquecer-se de nada, pois ser onisciente faz parte de sua natureza divina. Não tem como Deus se esquecer de nada, porque para Deus não existe passado e futuro, porque Deus Ele é eterno, a eternidade não tem um princípio e não tem fim. O que existe para Deus e o tempo presente; o já - o agora - e por isso tudo esta patente e presente diante de seus olhos. Passado e futuro é uma construção antropológica só existe para os homens, para que possa orientar em sua existência.
Mas a o texto diz que Deus ele esquece, “[..] dos teus pecados não me lembro mais. (Is 43.25). Mas o termo “Esquecimento” neste texto não pode ser entendido no sentido literal, mas sim no sentido metafórico. O texto relata que Deus ao perdoar Ele não se lembra mais. Aqui, necessariamente não se refere a uma amnésia, um esquecimento total, apagando por completo da memória. Este conceito de não ter mais lembrança do pecado não é “esquecer” literalmente, mas o perdão de Deus quando ministrado por Ele sobre o pecador tem como efeito deixar sem ofensa as marcas do pecado, porque quando pecamos ofendemos a Deus. Mas, quando Deus perdoa, Ele neutraliza a ação do pecado, mas o ato do pecado da ofensa sempre vai existir na mente de Deus, mas uma vez perdoado por Deus através de Cristo o pecado perde seu efeito.
A expressão dos “ Teus pecados não me lembro mais”, esta relacionado com o conceito de não ter mais aquele ofensa praticada no passado contra Deus, a ofensa do pecado foi neutralizada pelo perdão de Deus. Deus quando perdoa não leva mais em consideração o pecado, a ofensa para Deus torna-se inativa sem efeito, porque foi neutralizada. “O pecado uma vez perdoado por Deus, se torna sem efeito”.
Por isso, quando Deus olha para o homem Ele o vê de uma forma transparente, vendo todas as suas falhas, deficiência e pecados, mas uma vez perdoados por Deus, os nossos pecados tornam totalmente sem efeito, mas Ele não pode esquecer - porque lembrar tudo faz parte de sua natureza divina. Dizer que Deus lembra de tudo, parece nos levar a contradição. Pois como Deus pode lembrar algo, se ele não pode se esquecer de nada, por causa a sua onisciência.? Aqui chegamos aos limites da razão humana diante de tão grande soberania.
No cristão deve haver a mesma atitude de perdão idêntica a de Deus. Deus não apaga da memória as nossas falhas mais, neutraliza tirando a ofensa, assim devera ser o perdão do cristão. O cristão não terá como apagar da memória às ofensas do seu próximo, mas através do perdão ele neutraliza, ele tira a ofensa. Talvez fatos, acontecimento, comportamento, quem sabe até, fatos simples que aconteceu no passado, mas são fatos que não foram neutralizados pela ação do perdão, e como conseqüência começa a minar a vida cristã. Fatos que não foram tirados as marcas da ofensa, porque não foram neutralizados, e por não serem neutralizadas as marcas das ofensas ainda existe em seu interior, trazendo sobre a pessoa uma relação negativa e uma contaminação de seu interno e um relacionamento truncado com o próximo e conseqüentemente com Deus.
O perdão é a manifestação mais profunda da caracteriza amorosa, a característica do amor e perdoar, quem ama perdoa é quem perdoa neutraliza as marcas da ofensa, quem perdoa torna as lembranças do fato acontecido sem ofensa e sem ressentimento, pode não esquecer, mas foram neutralizadas em Cristo Jesus.


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